sábado, 9 de agosto de 2014

Comunhão Comunista


Está muito bem pensada esta fotografia. 

Nunca me tinha ocorrido como desculpamos estas ideias no personagem de jesus. Não nutro especial simpatia nem pelo comunismo nem pelo culto da pobreza, mas a que realmente me toca é a de espirito. 

A única coisa que me tranquiliza é de vez em quando ver rasgos de inteligência na multidão. Vivo num mundo diferente do de há 20 anos, mas com todas as dificuldades que continua a apresentar parece-me bem melhor que o outro. 

A minha mãe conta que tinha de atravessar um barranco 24 vezes com uns sapatos (leia-se umas socas) em cima do gelo, quilómetros serra a fora para chegar a uma escola de instrução primária que era uma manjedoura adaptada.  Quando ela me fala nisso, sinto as minhas frustrações irrisórias e tenho de me lembrar da capacidade da espécie humana e da desigualdade para legitimar a minha revolta. Quando ela nasceu já havia quem fosse estudar para Londres e Paris.. ali mesmo ao lado de onde ela cuidava em porcos e mondava trigo. Ainda é do tempo em que se esperava que as pessoas nascessem com destino.

É claro que estamos muito longe de ter um mundo onde isso não seja uma factor de peso, mas pelo menos estamos num onde fica mal negar a hipótese. Custou, mas lá fui obrigada a apreender que o mundo não é justo, que a ideia de que o planeta nos deve alguma coisa é produto da arrogância de uma espécie que ainda agora acordou para a consciência de si, para se compreender como um organismo e que por enquanto singrar é um jogo muito sujo, por vezes sangrento até, onde é praticamente impossível trilhar sem ludibriar ou ferir. Falta conseguir convencer-me que vou ter de flexibilizar a minha integridade... mas isso fica para outro post lá para dia de são nunca quando compreender como é que isso se faz.

Penso muitas vezes nisto. Escondemos as fabricas, a mão de obra escrava, o desumanismo da humanidade como quem esconde os esgotos, os matadouros. As ruas da civilização estão limpas, mas os túneis estão podres. Aquilo que se fala como tendo sido conquistado ainda é um sonho que só existe para 8 ou 9% da humanidade e existe aos ombros de boa parte dos outros 90.

O Futuro pode ser diferente, por agora para ir a publico professar que o caminho da humanidade é a compaixão e a empatia , leia-se empatia na pratica e não só na teoria, esperando incitar acção sem receber insultos é necessário ser divino. 


quinta-feira, 7 de agosto de 2014

white hats

re-tropecei num dos meus videos preferidos.

Pausa para olhar para o lado bom da humanidade. Individuos que usam a capacidade que têm para inovar, a compulsão que têm de aprender, para o progresso da humanidade e não para destruir, para arremessar, para proveito próprio.

Hackers Testifying at the United States Senate, May 19, 1998 






segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Escala e direcção

Previsões de crescimento da população.



Gostava que mais pessoas vissem bem este gráfico. Que olhassem bem para ele. Que vissem a proporção da população que compra iphones em contraste com a população que ainda consome nokias que não são "smart". Talvez assim se evitassem comentários ignóbeis quando se levantam questões acerca da sustentabilidade do consumo de energia ou do consumo de carne.

Tenho dificuldade em conviver com a arrogância. Uma pessoa arrogante não pode ser muito inteligente...   tome-se por hipótese que o tipo ou tipa é mais esperto de 98% da população. Sendo que somos 7 000 000 000 pessoas... há 140 milhões de pessoas mais espertas no planeta. São sensivelmente 1.6 Alemanhas só com pessoas mais espertas. O que é isso de ser melhor? O que é ser mais esperto? É QI? É QE? é numerário em papel moeda? É posição accionista? É sangue azul ou cinzento?

Sonho com o dia em que acordo num planeta que acarinha a inteligibilidade acima da inteligência e a empatia acima dos estratos. Que admira a inclusão e não a exclusividade, o contributo e não a reserva  ou controlo de valor.

Há qualquer coisa neste modelo de "ser humano", que é maquinal, inconsistente, insustentável, hipócrita.

Se é para ser para todos, deve ser para todos, isso implica incluir os outros 90% da população mundial, que por sua vez implica computar o seu acesso a toneladas de plástico, petróleo, comida, água, habitação... O planeta é finito.. Não me parece um desafio nada simples... sendo que não acredito em milagres, nem num pai divino que me vá salvar de uma guerra por água ou terra fértil, é uma questão que me preocupa e para a qual não consigo olhar com leviandade.

http://en.wikipedia.org/wiki/Human_overpopulation