É absolutamente inacreditável o numero de pessoas que teme a presente proposta de governo pelo facto de os comunistas fazerem parte dela.
PCP e BE juntos representam 10% dos eleitores inscritos. 18% dos votos válidos.
18% dos votos podem na actual conjectura derrubar um governo, mas não podem formar um governo.
O momento é de fragilidade. É tanto de fragilidade que nunca se viu um esforço tão visível, tão mediático, tão documentado de concretizar explicitamente o que está a ser proposto.
Foi também com grande desgosto que reparei que ninguém leu a documentação publicada. O debate continua a efectuar-se por cabeçalhos de jornais e retalhos de mitos.
O que se decide agora não é só quem vai ser o próximo primeiro ministro.
É se vamos privatizar a água, se vamos tentar capitalizar a segurança social por outros meios, por exemplo pela captação de um imposto sobre empresas que tenham elevada rentabilidade mas uma taxa de empregabilidade menor, se vamos sancionar o uso abusivo dos incentivos ao emprego, se vamos primar por investir na economia interna. Ou se vamos descapitalizar a segurança social promovendo a precariedade dos contractos de trabalho, se vamos incentivar a descida dos ordenados, se vamos privatizar a água, aumentar o numero de PPPS na saúde, na educação, até na segurança social através de IPSS, se vamos promover unicamente a industria exportadora.
Derrota?
Há mais deputados que preferem os primeiros pontos do que aqueles que preferem os segundos. Deputados que foram eleitos pelos portugueses para fazerem valer esses pontos na assembleia.Humildade?
hu·mil·da·de
(latim humilitas, -atis, pequenez, modéstia)
substantivo feminino
1. Qualidade de humilde.
2. Capacidade de reconhecer os próprios erros, defeitos ou limitações. = MODÉSTIA ≠ ALTIVEZ, ARROGÂNCIA, ORGULHO
3. Sentimento de inferioridade. = REBAIXAMENTO
4. Demonstração de respeito, submissão. = DEFERÊNCIA, REVERÊNCIA ≠ DESRESPEITO
5. Ausência de luxo ou sofisticação. = SIMPLICIDADE, SOBRIEDADE ≠ OSTENTAÇÃO
6. Pobreza, penúria.
"humildade", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/DLPO/humildade [consultado em 12-11-2015].
Arrogância seria abdicar da possiblidade de defender as propostas que foram apresentadas a quem lhes confiou o voto. Não há nenhuma limitação legal, nenhuma limitação numérica. As limitações que foram apresentadas ignoram a existência de um parlamento.
Sejamos francos. As forças políticas que até ao momento corrente, optaram por apoiar um governo minoritário fizeram-no porque nunca em momento algum da nossa história houve uma clivagem tão grande acerca do que significa um "Portugal Melhor".
Pois esta minha opinião é pouco politicamente correcta e é capaz de me fazer parecer "pessoa ingrata" mas alguém tem de explicar aos Portugueses que são eles que escolhem os governos que têm. Se não gostam de nenhum, qualquer cidadão livre, pode recolher 5 ou 10 mil assinaturas, não tenho presente e formar um partido para concorrer a eleições.
É uma chatice, dá imenso trabalho, a documentação é escassa, mas sem fazer esse investimento mínimo de compreender o que está em causa. Vamos continuar a ter governos que usam a calúnia, o ataque pessoal, o mito, a ingerência e o medo para ser eleitos. Vamos continua a ter um Portugal melhor onde os Portugueses estão cada vez pior.
35% dos portugueses representam 94% da colecta de IRS.
É onde estamos.
Estamos bem?
Para onde queremos ir?
#portugalnãoéacoreiadonorte
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